Fiz um não com a cabeça. Graças a Deus, ele estava vivo. Respirei aliviada e lancei o olhar pra mulher que tinha acompanhado minha mãe até o quarto, que tinha ficado calada até agora. Eu conseguia ler um nome no crachá que ela tinha pendurado na camiseta. TEREZA, assim, com letras maiúsculas. Ela se aproximou e sorriu.
- Dona Sônia, a senhora tem que descansar e comer alguma coisa agora. Pode deixar que eu vou cuidar direitinho da Marcele. - Ela piscou pra mim - Preciso conversar um pouco com ela.
Minha mãe assentiu e saiu do quarto, me deixando a sós com a enfermeira. Ela não era bonita, mas não podia ser chamada de feia. Devia ter uns 40 anos, a pele morena, sobrancelhas um pouco grossas e um sorriso de dentes bonitos.
O que lhe faltava em beleza sobrava em simpatia. Tereza sentou-se do meu lado, e abriu um sorriso enorme.
- E então Marcele, como você está se sentindo?
- Preocupada.
Ela riu e revirou os olhos.
- Eu quis dizer fisicamente.
- Ah sim... – Eu disse envergonhada – Hmm, minha perna dói muito. Arde e lateja. Estou com dor de cabeça e meu pescoço está doendo também. Não posso usar um travesseiro?
- É normal que sua perna esteja doendo. Você tem um corte e tanto aí sabia? Tivemos que dar alguns pontos e engessar. Sei que é incômodo, ainda mais quando se tem que ficar com os pés pra cima desse jeito. Em breve vamos soltar o seu pé dessa “cordinha” – Ela fez aspas com as mãos no ar – e ai vai parar de doer assim. Vou mandar trazer um analgésico pra você. Vai te livrar da dor de cabeça também. Ah, e vou pedir pra trazerem um travesseiro também, claro.
- Obrigada – eu tentei sorrir. – Hmmm, seu nome é Tereza não é? O que foi que aconteceu? Você sabe, ontem e tudo mais...
Ela respirou antes de responder, e chegou mais perto da cama.
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