quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Revelações, part 2

- Segundo a polícia, aquele rapaz... Frederico ? Ele estava dirigindo alcoolizado e em alta velocidade quando a moto passou por um buraco na pista, e vocês caíram. Não aconteceu nada de muito grave contigo. Você caiu na grama, na ilha que havia dividindo a pista. Bateu a perna num poste, o que resultou numa fratura exposta bem feia, e um corte profundo. Foi sorte uma senhora ter ouvido o barulho do impacto e chamado a polícia e os bombeiros. Já o garoto...
- O que aconteceu com o Fred? – Perguntei aflita.
- Ele caiu da moto também, mas não teve a mesma sorte que você que “aterrissou” na grama. O menino bateu a cabeça na guia da calçada. Mas fora isso só teve alguns machucados nos braços e no rosto. Ele se ralou um pouco no asfalto, mas dê a ele duas semanas pra se recuperar dos arranhões e estará novo de novo! – Ela deu um sorriso amarelo e eu tive a certeza de que estava me escondendo algo.
- Você disse que ele... Ele bateu a cabeça?
- Sim.
- Ora, ninguém bate a cabeça na guia da calçada e fica sem sequelas! O que aconteceu? Ele está paraplégico, inconsciente, doente mental ou o quê?
- A área do cérebro que ele bateu na calçada não é responsável pelos movimentos nem nada parecido. Mas como você disse, ninguém escapa ileso. O que aconteceu com o Frederico não vai mudar nada na vida dele. Me desculpa minha querida, mas sua mãe me pediu pra não te dizer nada ainda. O que posso te garantir, é que para ele a vida não mudou nada. Se você se importa com a felicidade do Frederico, fique tranquila.
Ótimo, agora eu tinha notícias. Tereza tinha afirmado pra mim que ele estava bem, e era realmente o que me importava. Ele ainda podia andar, falar e raciocinar como era antes do acidente. O que mais eu podia querer?
- Você não está com fome? – Perguntou-me ela.
Fiz um sim com a cabeça e ela saiu pra buscar pra mim um arroz com legumes cozidos no vapor. Tinha gosto de comida de hospital, então não comi muito.
Quando Tereza voltou ao meu quarto tinha notícias, nem tão boas assim, pelo menos pra mim.
- Marcele, minha querida! Está se sentindo melhor?
- Minha perna ainda dói. – Disse emburrada.
- Tenho uma notícia boa e uma ruim pra te dar.
- Primeiro a ruim, por favor.

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